terça-feira, setembro 27, 2016

O Espadachim de Carvão - Affonso Solano

Anos atrás, lá pelo início de 1993, eu, Miguel, aprendia a ler e escrever. Fazia isso em casa. Quando a professora da pré-escola descobriu tive um problema: pré-escola serve, basicamente, para desenvolver a questão motora do indivíduo. Porém eu não desenvolvia muito isso, pois passava a maior parte do tempo tentando ler. Lia tudo. Lembro do dia que tivemos (todos os colegas) que fazer uma cidade com caixas de remédio trazidas de casa. Pois a mim só interessavam aqueles nomes esquisitos de remédios, cheio de letras e palavras difíceis.
Essa semana eu terminei a leitura do livro O Espadachim de Carvão, de Affonso Solano. Adapak é o personagem principal dessa fantasia, que tem como fundo a região (mundo) de Kurgala. Ahn, acho que não é necessário dizer escrever que ele luta com espadas e tem a cor do carvão. Sendo apresentado como filho de um dos quatro deuses de Kurgala, aprende em uma "casa" muitas coisas sobre a vida desse universo, a se defender, dentre outras coisas. Porém se vê obrigado a fugir dessa casa, e começa a sua aventura como adulto em meio a uma guerra entre as diferentes populações, crenças e raças de Kurgala.
Aos 17 anos acabei adentrando o curso de Letras. Parecia até óbvio para alguém que foi narrador do teatro da turma da 1ª série. Como os colegas não conseguiam decorar suas falas, eu mesmo dublei a todos. A peça era adaptação do Negrinho do Pastoreio. OK, nem tão óbvio assim, mas teatro, narração, história e o curso de Letras têm algumas coisas em comum. Terminei o curso aos 21 anos, mas conhecer bem a língua portuguesa é outra história. O que fiquei estudando dentro dos 4 anos e meio parece não fazer muito sentido quando tento escrever ou falar. A teoria é bem diferente da prática...
Adapak corre, luta, encontra pessoas, é ludibriado por elas (quase que o tempo todo), se envolve em confusão, não se encontra num lugar que, embora já o tivesse estudo, parece tão diferente dos livros. A teoria é bem diferente da prática...

Eu poderia continuar esse jogo de parágrafos sobre minha história (velha antiga), mas vou parar por aqui mesmo. O livro brinca com esse recurso de mostrar uma situação ocorrida com o protagonista num capítulo para no seguinte voltar ao tempo atual. Gostei disso. Gostei também dos breves pensamentos expressados em poucas palavras, fixados entre os parágrafos como

Merda

e então continuar com a história. Lembrou alguma coisa vinda dos quadrinhos. Sobre a história:

  • É uma fantasia, cheia de personagens de diferentes raças, características, habilidades (habilidibob), cores, e deuses. O protagonista parece estar jogando RPG, o mestre manda ele seguir e ele vai, sem muitas pretensões a não ser continuar a viver. A única coisa é que ele já sai com um nível bem alto, então vai se safando dos perigos facilmente, sem perder muita vida.
  • É simples. E eu gosto disso. Não gosto de uma história de fantasia que se parece com literatura intrincada. Caso eu quisesse isso, teria ido atrás de outros autores, como Machado (e não há problema algum nisso também, mas se quero ler alguma obra fantástica é porque prefiro ver um mundo bem, mas bem diverso do que estou acostumado a ver nesse em que vivo). 
Enfim, já estou na segundo livro da coleção. Espero terminá-lo em breve e poder escrever sobre.

Comprei os dois livros numa promoção bem barata do Submarino.


O não tão jovem Miguel segura o livro que conta a história do jovem espadachim


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